– Situação Econômica Brasileira: Como as atividades da Heringer estão concentradas no Brasil, seus resultados operacionais são afetados pela situação econômica brasileira, porém, recessão mundial, aumento do grau de protecionismo nos países importadores e mudanças climáticas severas, também podem afetar esse resultado.
– Condições do Setor Agrícola Brasileiro: A demanda por fertilizantes da companhia, assim como seus preços, é altamente influenciada pelos resultados e condições financeiras dos produtores agrícolas brasileiros que são, por sua vez, influenciadas por (i) preços de mercado presumidos dos produtos agrícolas; (ii) variações de taxas de câmbio para culturas cujos preços são determinados ou influenciados por preços do mercado internacional e (iii) custo de diversos insumos agrícolas utilizados em suas culturas. Os produtores agrícolas analisam essas variáveis para estimar, para determinada safra, a renda presumida e consequentemente, o nível de gastos com insumos agrícolas, incluindo fertilizantes. De modo geral, níveis mais elevados de lucros presumidos por produtores resultam em mais gastos com insumos, inclusive fertilizantes No Brasil, aproximadamente 80% de toda a demanda por fertilizantes é proveniente de cinco principais culturas: soja, cana de açúcar, milho, café e algodão.
– Preço de Commodities Agrícolas: O preço das commodities agrícolas influencia de forma importante a demanda por fertilizantes, pois está diretamente relacionada com a decisão dos produtores agrícolas por plantar determinada cultura em detrimento de outras ou, em certas ocasiões, com a decisão de não plantar.
– Variação Cambial: aproximadamente 75% da matéria-prima utilizada pela Heringer é de origem importada. Num cenário de uma economia estável, essa variação cambial é repassada naturalmente para os preços do fertilizante aos produtores agrícolas, funcionando o estoque, então, como um hedge natural. Além disso, a companhia possui Comitê de hedge, eleito pelo Conselho de Administração, com o objetivo de manter uma política de hedge, visando mitigar o risco da variação cambial sobre o passivo indexado ao dólar. Possui também consultoria financeira especializada com intuito de contribuir para uma decisão adequada na contratação das operações de hedge. Cabe ressaltar que a companhia não realiza operações de derivativos exóticos.
– Consequência das Variações de Preços sobre suas Matérias-primas Importadas: Variações de preços de matérias-primas importadas em mercados internacionais somados aos custos de fretes e taxas portuárias, afetam os custos de produtos vendidos da Companhia e consequentemente sua margem bruta, assim como o preço que a Heringer cobra por seus produtos.
– Sazonalidade: O setor de fertilizantes é sazonal, e as entregas ocorrem principalmente durante a época de plantio de grãos, que vai de setembro a dezembro. A média das entregas gira entre 35% a 40% no 1º. Semestre e entre 60% e 65% no 2º. Semestre. Como consequência dessa sazonalidade, geralmente a companhia opera no máximo de sua capacidade de produção durante os meses de pico da demanda.
– As principais práticas contábeis adotadas na elaboração dessas demonstrações financeiras estão definidas a seguir:
Caixa e equivalentes de caixa: Caixa e equivalentes de caixa incluem dinheiro em caixa, depósitos bancários, investimentos de curto prazo de alta liquidez e com risco insignificante de mudança de valor e limites utilizados de conta garantida.
Instrumentos financeiros
Classificação e mensuração: A companhia classifica seus ativos financeiros sob as seguintes categorias: mensurados ao valor justo por meio do resultado, empréstimos e recebíveis e disponíveis para venda. A classificação depende da finalidade para a qual os ativos financeiros foram adquiridos. A administração determina a classificação de seus ativos financeiros no reconhecimento inicial.
Ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado: Os ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado são ativos financeiros mantidos para negociação ativa e frequente. Os derivativos também são categorizados como mantidos para negociação e, dessa forma, são classificados nesta categoria. Os ativos dessa categoria são classificados como ativos circulantes. Os ganhos ou as perdas decorrentes de variações no valor justo de ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado são apresentados na demonstração do resultado em “resultado financeiro” no período em que ocorrem. Nesse caso, as variações são reconhecidas na mesma linha do resultado afetada pela referida operação.
Empréstimos e recebíveis: Incluem-se nessa categoria os empréstimos concedidos e os recebíveis que são ativos financeiros não derivativos com pagamentos fixos ou determináveis, não cotados em um mercado ativo. São incluídos como ativo circulante, exceto aqueles com prazo de vencimento superior a 12 meses após a data do balanço (estes são classificados como ativos não circulantes). Os empréstimos e recebíveis da companhia compreendem, contas a receber de clientes, demais contas a receber e caixa e equivalentes de caixa, exceto os investimentos de curto prazo. Os empréstimos e recebíveis são contabilizados pelo custo amortizado, usando o método da taxa de juros efetiva.
Ativos financeiros disponíveis para venda: Os ativos financeiros disponíveis para venda não são derivativos. Esses ativos são designados nessa categoria em virtude de sua especificidade como tal ou por que não são classificados em nenhuma outra categoria. Eles são incluídos em ativos não circulantes, a menos que a administração pretenda alienar o investimento em até 12 meses após a data do balanço. Os ativos financeiros disponíveis para venda são contabilizados pelo valor justo. Os juros de títulos disponíveis para venda, calculados com o uso do método da taxa de juros efetiva, são reconhecidos na demonstração do resultado como receitas financeiras.
Valor justo: Os valores justos dos investimentos com cotação pública são baseados nos preços atuais de compra. Para os ativos financeiros sem mercado ativo ou cotação pública, a companhia estabelece o valor justo através de técnicas de avaliação. Essas técnicas incluem o uso de operações recentes contratadas com terceiros, a referência a outros instrumentos que são substancialmente similares, a análise de fluxos de caixa descontados e os modelos de precificação de opções que fazem o maior uso possível de informações geradas pelo mercado e contam o mínimo possível com informações geradas pela administração da própria entidade.
A companhia avalia, na data do fechamento do balanço, se há evidência objetiva de que um ativo financeiro ou um grupo de ativos financeiros está registrado por valor acima de seu valor recuperável (impairment). Se houver alguma evidência para os ativos financeiros disponíveis para venda, a perda cumulativa – mensurada como a diferença entre o custo de aquisição e o valor justo atual, menos qualquer perda por impairment desse ativo financeiro previamente reconhecida no resultado – é retirada do patrimônio e reconhecida na demonstração do resultado.
Instrumentos derivativos e atividades de hedge: A companhia realiza transações com instrumentos financeiros derivativos, contratados com o propósito de mitigar os efeitos da volatilidade do câmbio, principalmente sobre suas compras de produtos importados. Esses derivativos não são utilizados para fins especulativos e são reconhecidos pelo valor justo na data em que um contrato de derivativos é celebrado e são, subsequentemente, remensurados também ao seu valor justo, com as variações do valor justo lançadas contra o resultado, exceto quando o derivativo for designado como um instrumento de hedge de fluxo de caixa.
Contas a receber de clientes: As contas a receber de clientes são avaliadas no momento inicial pelo valor presente e deduzidas da provisão para créditos de liquidação duvidosa. A provisão para créditos de liquidação duvidosa é estabelecida quando existe uma evidência objetiva de que a companhia não será capaz de cobrar todos os valores devidos por seus clientes. Tal avaliação é baseada na análise individualizada dos clientes em atraso, considerando a sua capacidade de pagamento, as garantias oferecidas e a avaliação de advogados e empresas especializadas em cobranças. O valor da provisão é a diferença entre o valor contábil e o valor recuperável.
O valor presente é calculado com base na taxa efetiva de juros das vendas a prazo. A referida taxa é compatível com a natureza, o prazo e os riscos de transações similares em condições de mercado.
Estoques: Os estoques de matérias-primas e embalagens são avaliados e demonstrados ao custo médio das compras, inferiores ao custo de reposição ou aos valores de realização. O custo é determinado usando-se o método da Média Ponderada Móvel. O custo dos produtos acabados e dos produtos em elaboração compreende matérias-primas, mão-de-obra direta, outros custos diretos e despesas gerais de produção relacionadas, sempre considerando a capacidade operacional normal. O valor realizável líquido é o preço de venda estimado para o curso normal dos negócios, deduzidos os custos de execução e as despesas de venda. As importações em andamento são demonstradas ao custo acumulado de cada importação.
Imposto de renda e contribuição social diferidos: O imposto de renda e a contribuição social diferidos são calculados sobre os prejuízos fiscais do imposto de renda, a base negativa de contribuição social e as correspondentes diferenças temporárias entre as bases de cálculo do imposto sobre ativos e passivos e os valores contábeis das demonstrações financeiras. As alíquotas desses impostos, definidas atualmente para determinação desses créditos diferidos, são de 25% para o imposto de renda e de 9% para a contribuição social.
Impostos diferidos ativos são reconhecidos na extensão em que seja provável que o lucro futuro tributável esteja disponível para ser utilizado na compensação das diferenças temporárias e/ou prejuízos fiscais, com base em projeções de resultados futuros, trazidos a valor presente. Essas projeções, são baseadas em estudos técnicos elaborados e fundamentados em premissas internas e em cenários econômicos futuros que podem, portanto, sofrer alterações.
Depósitos judiciais: Os depósitos são apresentados como dedução do valor de um correspondente passivo constituído quando não houver possibilidade de resgate dos depósitos, a menos que ocorra desfecho favorável da questão para a entidade.
Investimentos: Os investimentos em subsidiária integral são registrados e avaliados pelo método de equivalência patrimonial, reconhecido no resultado do exercício como receita ou despesa operacional. Para efeitos do cálculo da equivalência patrimonial, ganhos ou transações a realizar entre a companhia e sua subsidiária integral são eliminados na medida da participação da companhia.
Conversão em moeda estrangeira: As transações em moeda estrangeira são convertidas para reais usando-se as taxas de câmbio em vigor nas datas das transações. Os saldos das contas de balanço são convertidos pela taxa cambial da data do balanço. Ganhos e perdas cambiais resultantes da liquidação dessas transações e da conversão de ativos e passivos monetários denominados em moeda estrangeira são reconhecidos na demonstração do resultado.
Imobilizado: Terrenos e edificações compreendem principalmente fábricas e são demonstrados pelo custo histórico de aquisição, corrigidos monetariamente até 31 de dezembro de 1995.
A depreciação é calculada pelo método linear. Terrenos não são depreciados.
Ganhos e perdas em alienações são determinados pela comparação dos valores de alienação com o valor contábil e são incluídos no resultado.
Redução ao valor recuperável de ativos: O imobilizado e outros ativos não circulantes e os ativos intangíveis, são revistos anualmente para se identificar evidências de perdas não recuperáveis, ou ainda, sempre que eventos ou alterações nas circunstâncias indicarem que o valor contábil pode não ser recuperável. Quando este for o caso, o valor recuperável é calculado para verificar se há perda. Quando houver perda, ela é reconhecida pelo montante em que o valor contábil do ativo ultrapassa seu valor recuperável, que é o maior entre o preço líquido de venda e o valor em uso de um ativo. Para fins de avaliação, os ativos são agrupados no menor grupo de ativos para o qual existem fluxos de caixa identificáveis separadamente.
Provisões: As provisões são reconhecidas quando a companhia tem uma obrigação presente, legal ou não formalizada, como resultado de eventos passados e é provável que uma saída de recursos seja necessária para liquidar a obrigação e uma estimativa confiável do valor possa ser feita.
A companhia reconhece provisão para contratos onerosos quando os benefícios que se espera auferir de um contrato forem menores do que os custos inevitáveis para satisfazer as obrigações assumidas por meio do contrato.
Participação dos empregados nos lucros: A companhia possui um programa de participação nos lucros – PLR, por meio do qual distribui aos seus empregados 10% do lucro líquido ajustado na forma estabelecida em acordo sindical.
Empréstimos: Os empréstimos tomados são reconhecidos, inicialmente, pelo valor justo, no recebimento dos recursos, líquidos dos custos de transação. Em seguida, os empréstimos tomados são apresentados pelo custo amortizado, isto é, acrescidos de encargos e juros proporcionais ao período incorrido (“pro rata temporis”).
Apuração do resultado e reconhecimento de receita: O resultado é apurado pelo regime de competência.A receita de venda de produtos é reconhecida no resultado quando todos os riscos e benefícios inerentes ao produto são transferidos para o comprador, ou seja, para casos de vendas FOB, a receita é reconhecida no momento em que o comprador retira a mercadoria nas unidades da companhia; para casos de venda CIF, a receita é reconhecida somente após entrega da mercadoria no local estabelecido pelo cliente.
As vendas são realizadas com pagamentos à vista ou a prazo. Existem ainda vendas realizadas por meio de um programa de “Vendor”, financiadas através de bancos, que assumem a responsabilidade dos recebíveis pelo período de até um ano.
As bonificações decorrentes de compras de matérias-primas, concedidas pelos fornecedores, são reconhecidas como redutora de custos na rubrica Custo de produtos vendidos, no resultado do exercício, na medida em que a companhia adquire o direito ao seu recebimento, mediante o atendimento dos volumes de compra e outros parâmetros pré-estabelecidos.
As despesas relativas a frete de compras de matérias-primas e materiais auxiliares são apropriadas aos custos dos produtos vendidos quando da venda dos mesmos. As despesas com frete relacionadas à entrega da mercadoria, bem como as despesas com comissão sobre vendas são registradas como despesas comerciais, quando incorridas.
Incentivos fiscais: Redução de ICMS: O benefício fiscal decorre do deferimento concedido à companhia em setembro de 2003 por participar do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial – PSDI – Governo do Estado de Sergipe, que goza de benefício fiscal correspondente à redução de 92% do valor do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS apurado na unidade fabril de Rosário do Catete-SE. A partir de 2008, com a publicação da instrução CVM 555/08, o benefício passou a ser registrado diretamente no resultado do exercício e posteriormente transferido da conta Lucros acumulados para Reserva de lucros de incentivos fiscais.
Redução do imposto de renda a recolher: A partir de 2007, a companhia passou a usufruir benefício fiscal da redução de 75% do imposto de renda a recolher obtido da Agência de Desenvolvimento do Nordeste – ADENE. O benefício, que é determinado com base no lucro da exploração, foi concedido em março de 2006, por um período de 10 anos e abrange a unidade localizada em Rosário do Catete-SE. A partir de 2008 o benefício passou a ser registrado diretamente no resultado do exercício e posteriormente transferido da conta Lucros acumulados para Reserva de lucros de incentivos fiscais.